18/03/2012

Jornalista Paulo Caminha lança livro de crônicas em dezembro

CARLOS ACUIO (*)
Da Reportagem

O jornalista Paulo Caminha, editor deste Blog, lança em dezembro, em São Paulo, seu 2º livro. “Ah, se o tempo voltasse". “Não se pode inventar muito sobre o comum como banal ou vulgar, seria injusto”. Este trecho da Crônica Coisas da Vida, do jornalista Paulo Caminha, sintetiza bem a linha mestra do trabalho do autor: fotografar ações e situações cotidianas e transportá-las para um pequeno texto, de cinco ou seis parágrafos e linguagem simples e direta.A reunião desses ligeiros fotogramas do dia a dia está presente em “Ah, se o tempo voltasse...”, seu segundo livro. Algumas crônicas já foram publicadas em jornais e outras ainda permanecem inéditas.

Romântico assumido, Caminha não tem pudores em enveredar pelo lugar-comum e declarar teu amor às pessoas que o atraem.Procura revolver suas lembranças e sentimentos, bem como captar e recriar o trivial contemporâneo, sem a preocupação de construir imagens complexas ou tortuosas.É lógico que, como todo cronista e escritor, sempre adiciona algo de ficção e fantasia aos seus relatos e observações pessoais, pois excitar a sensibilidade, a paixão e a fraqueza supera qualquer preocupação em preservar a fidelidade dos fatos.

Encontros e reencontros, separações e despedidas, novos e antigos amores são temas que frequentemente permeiam a maioria dos textos. O autor, hoje com 58 anos, volta à sua juventude e relembra seus primeiros amores e namoradas, seus desejos e frustrações, e às vezes conta a estória de uma tentativa de retornar e reviver um velho amor, já não tão forte como no início da relação, rompida há 30 anos.Às vezes, prefere a perda da amada – o que atesta efemeridade dos amores – e se consolar com a visão das estrelas, já que essas seriam eternas e não ousaria abandoná-lo jamais.

O tempo é o melhor e o pior conselheiro de Caminha.Ora faz esquecer, ora faz lembrar.Pode tanto curar os corações enfermos, como agravar ainda mais o mal.O autor sabe disso, e procura explorar toda a condição que cerca a situação.No final de tudo, fica uma constatação, implacável, o tempo modifica as pessoas e os sentimentos.Nem sempre para melhor, nem sempre para pior.Mas modifica.

Também a exploração comercial e egoísta dos sentimentos, da afeição natural que existe entre os indivíduos, recebe o olhar crítico do escritor e cronista.Para ele, a maioria das emoções expressadas pelas pessoas ressente-se de naturalidade e espontaneidade.Não brota do fundo de suas almas.Quando isolados os indivíduos evitam se expor, demonstrar o que sentem.As emoções, afirma o autor, assumiriam mais o papel de respostas coletivas às inúmeras sugestões sentimentais que os meios de comunicação, à televisão, o cinema descarrega sobre os seres viventes nas sociedades contemporâneas de consumo industrial.

Um comentário:

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas cronicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia