24/07/2012

Caso Clébia: Viva ou morta?

A estudante Clébia Lisboa, 32 anos, residente na cidade de Itabuna, continua desaparecida desde o dia 30 de dezembro de 2011. As buscas pela estudante estão intensas, tanto através da polícia do município quanto pelos familiares. No entanto, apesar de todos os esforços, até hoje ainda não há pistas sobre o paradeiro da universitária.

Todos nós da imprensa estamos empenhados em localizar, mediante notas informativas, a jovem Clébia Lisboa, 32 anos de idade, residente em Itabuna, e que está desaparecida após sair de casa para ir comprar verduras. Vamos localizar essa jovem e ajudar a sua família a se ver livre desse drama.

Contato - Quem tiver informações sobre Clébia pode entrar em contato com o pai da jovem, senhor Crispim, pelo telefone (73) 9953-5223, ou com Alane Nery (8838-3272) e Isabela Marina (8823-5494).

19/07/2012

A falha social não justifica a impunidade

PAULO CAMINHA (*)
Jornalista

Enquanto discutimos a origem da criminalidade (se ela nasce da falta de investimentos em educação, nas migrações desordenadas e responsáveis pela desorganizada concentração urbana, ou na falta de políticas sociais mais conseqüentes) a escalada da violência assume proporções de guerra civil não declarada. Ninguém fala, mas não há razões estratégicas para a divulgação dos dados. O certo é que pelo menos 2 pessoas são assassinadas diariamente em Itabuna.Os assaltos fazem parte da rotina, como se fosse um componente indissociável da cidade grande ou média, com o crime obrigatório e de difícil combate.Vale para todos nós: ou fomos assaltados ou seremos.

O Brasil precisa resolver urgentemente duas questões.A primeira é a social, que depende de projetos estruturais de curto, médio e longo prazos, passando pela base que é muito menos do que uma reforma, uma política agrária que fixe o homem que ainda está no campo e incentive aquele que saiu dele para retornar.Aí precisamos passar por governos com vontade política de investir maciçamente na Educação (com ênfase para o ensino profissionalizante).A questão seguinte, é mais urgente e muito mais premente.Trata-se da impunidade, esse autêntico salvo-conduto com que os criminosos de todas as espécies contam para continuar praticando o crime.É o resultado de um intrincado conjunto de leis, de falta de instrumental técnico adequado para o Poder Judiciário fazer os processos andarem ao tempo e à necessidade da sociedade.

Vamos cotejar alguns números: as policias Civil e Militar contam com um efetivo de aproximadamente 1000 homens na Região. Se esse número fosse só para atender Itabuna, representaria 10% da população. Quantos ladrões de esquina, assaltantes perigosos, chefes de quadrilhas de seqüestros, de assaltos a bancos estão soltos só no Estado da Bahia? Se chegarmos a 5%, são 500 homens armados, perigosos e prontos para matar, solto e, muitos deles, velhos fregueses da polícia, pois entram e saem por benefícios concedidos pela Justiça.Ou pior: em fugas cada vez espetaculares e rotineiras para a própria administração de penitenciárias e presídios.Eles, soltos e audazes.Nós, presos pelo medo e cada vez mais sonhando em sair de uma cidade na qual o roteiro casa-trabalho ou escola é uma incerteza permanente: saímos, mas não sabemos se voltamos!

Os especialistas não têm dúvidas em afirmar que o narcotráfico é o principal vetor da violência urbana. O dinheiro fácil, que rola nos negócios de drogas, não faz apenas os pobres ou mais humildes reféns. Faz sim, a juventude de classe média e muitos desses jovens não são apenas viciados, acabam entrando para o ramo do tráfico e também descambam para o crime.Então o governo federal, que lançou estardalhaço um Plano Nacional de Desarmamento (com resultados tímidos até este momento), tem de repassar recursos para os estados para a construção de penitenciárias de porte razoável, de presídios seguros (é balela esta história de segurança máxima), e, principalmente, injetar recursos no Poder Judiciário Federal.

Se qualquer cidadão procurar se informar o quanto é demorado obter uma solução judicial para uma pendência corriqueira, basta ir a qualquer cartório de tribunal civil ou criminal e verificará que tudo é demorado. Precisamos de mais varas criminais e cíveis, de mais juízes, mais promotores de Justiça, mais escrivães de cartórios judiciais, de mais oficiais de Justiça, e de equipamentos para agilizar o andamento dos processos. A libertação do fazendeiro Marcos Gomes é um capítulo à parte, apesar de sua flagrante inserção nessa longa “novela” de impunidade que prospera no Brasil. Ao conseguir sua liberação para cumprir prisão domiciliar, seus advogados apenas se ativeram ao que está escrito na lei. Aí, é o caso de se perguntar: então, por que não se reforma a lei? Essa responsabilidade é do Congresso Nacional. Longe de se defender como pena máxima, a pena de morte! O que precisamos defender, sim, é a punição justa, ainda que mínima.E para pôr fim a impunidade, só investindo em pessoal.Na hora em que o criminoso for condenado com o rigor da lei pelo crime que cometeu, deixaremos de usar a pobreza como justificativa para o aumento da criminalidade.E, então, poderemos cuidar efetivamente da parte social.

(*) Sobre o Autor - Paulo Caminha é doutor em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-(ECA/USP). Paulo Caminha é jornalista profissional desde 1980, já trabalhou em praticamente todos os principais veículos da imprensa brasileira (jornais, revistas e redes de TV). Atualmente, é professor universitário e jornalista correspondente do jornal americano The New York Times.

E-mail: paulo_caminha1@yahoo.com.br

13/07/2012

O fim da impunidade

PAULO CAMINHA (*)
Jornalista

Demóstenes Torres é o segundo Senador a ser cassado no Brasil, o primeiro foi Luiz Estevão, José Roberto Arruda e Antônio Carlos Magalhães renunciaram, e Jader Barbalho foi praticamente obrigado a se afastar da Presidência do Senado. Em pouco mais de 12 anos, o Congresso viveu situações que nunca poderia imaginar em toda sua história. Afinal, o que está acontecendo com o Congresso Nacional? Nada demais. Apenas a democracia sendo exercida com transparência e visibilidade. Claro que existe o jogo político, os interesses desse ou daquele grupo, mas o que realmente importa é que, independentemente de jogos ou interesses, a democracia está sendo exercida.E a população está se tornando consciente que os poderosos senadores, até então intocáveis, estão agora respondendo por seus atos como qualquer cidadão.A lição que fica é simples, mas fundamental: a sociedade não aceita mais a impunidade.Agora, só falta acabar com a imunidade.

(*) Sobre o Autor - Paulo Caminha é Doutor em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-(ECA/USP). Atualmente, é professor de Língua Estrangeira e jornalista correspondente do jornal americano The New York Times.

E-mail:paulo_caminha1@yahoo.com.br