25/06/2012

A árvore da minha infância

PAULO CAMINHA (*)
Jornalista

Uma das coisas mais antigas do mundo são as árvores e, se a gente parasse um pouco para observá-las, poderia descobrir o quanto uma árvore pode torna-se importante em nossa vida e até mesmo nossa miga.

Eu, quando criança, morava numa pequena cidade do interior e em nossa casa havia um pomar com algumas árvores frutíferas, dentre as quais eu escolhi uma de minha preferência.Era uma figueira frondosa e que todos os anos dava muitos frutos.Essa figueira foi minha companheira durante a minha infância e também da minha adolescência.Ela cresceu junto comigo.No princípio havia dois galhos grossos e cheios de folhas, os demais eram galhinhos, definidos ainda que confusamente, com o propósito de tornar-se um dia também grandes troncos.

Foi sob os galhos dessa árvore, gozando às delícias de sua sombra, que eu decorei a tabuada, o livrinho de catequese, os verbos da primeira, segunda e terceira conjugação e os pontos de geografia e história do Brasil. Era à sombra também que eu passava momentos deliciosos brincando de índio e jogando flechas.Era no topo dos seus galhos fortes que eu subia a fim de avistar o meu pai quando voltava do trabalho tardinha, para poder encontrá-lo.

Era em baixo da boa figueira que ia chorar quando levava uns tabefes por ter realizado alguma travessura.Parecia haver algo magnífico naquelas folhas tão verdes, que fazia esquecer o motivo pelo qual eu fora parar ali.

Além de desfrutar da sua sombra espessa e agradável e de seus saborosos frutos, eu também a fazia de minha confidente.Sobre os mais variados assuntos eu conversava com ela; parecia que ela me escutava e entendia e então eu saía dali calmo e aliviado como se saísse de um confessionário.Quando a brisa soprava muito forte eu gostava de ver os seus galhos balançarem como num passo de dança reproduzindo uma melodia branda, como se cada um de seus ramos soasse uma música suave em harmonia com o vento.Quando eu sentia a necessidade de fugir do mundo em busca de um sonho, era em baixo da minha figueira que eu me refugiava a fim de poder isolar-me e sonhar à vontade.

Foi ali, àquela sombra, que eu comecei a pensar numa profissão, num curso superior, e como fazer para alcançá-los.

Muitas outras árvores do nosso pomar foram derrubadas, mas a minha velha figueira, apesar de ser considerada já inúltil para dar sombra e frutos, continua lá, intacta.Hoje já não é mais aquela árvore frondosa e bela de antigamente.Seus galhos são somente troncos secos.Suas folhas, já nenhuma mais existe, mas mesmo assim não deixei que ela sofresse os golpes alucinados de um machado.

Os anos foram passando e me tornei adulto.Por exigências da vida fui obrigado a mudar-me e deixar, naquela pequena cidade do interior, a minha fiel e boa amiga.Hoje, quando volto lá, a passeio, gosto de olhar e tocar nos velhos galhos secos, sem folhas nem frutos, como tudo o que um dia envelhece e perde o brilho.Contemplando aquele esqueleto de árvore eu recordo com saudade dos doces momentos que passamos juntos e sinto que, enquanto ele estiver de pé, uma parte de minha infância ainda vive.

Quem me dera hoje eu pudesse cultivar em meu quarto uma árvore como aquela para ofertar à minha solidão.

(*) Sobre o Autor - Paulo Caminha é Doutor em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-(ECA/USP). Paulo Caminha é jornalista profissional desde 1980, já trabalhou em praticamente todos os principais veículos da imprensa brasileira (jornais, revistas e redes de TV). Atualmente, é professor de Língua Estrangeira e jornalista correspondente do jornal americano The New York Times.

E-mail: paulo_caminha1@yahoo.com.br

11 comentários:

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.

Glória Maria da Silva disse...

Senhor Paulo, como vai?

Não sei se o senhor leu minha mensagem anterior, onde tive a ousadia de pedir que o senhor publicasse também suas crônicas em seu Blog.

Hoje ao entrar no Blog, gostei muito de ler as duas cronicas
publicadas, elas suavizam os assuntos, não menos importantes, que normalmente o senhor aborda e iluminam nossa alma, tornando nosso dia um pouco mais colorido...

Continue publicando-as, faz bem pra quem está lendo e com certeza faz bem para o senhor também.

Tenha um bom dia.